Pole dance: arte, autoestima e saúde

Por Communicare

Modalidade ganha espaço, mas ainda ainda é alvo de preconceito 

Por Olívia Diniz

“O Pole Dance, por envolver movimentos que inicialmente podem ser difíceis, também traz o sentimento de superação a cada movimento executado”, aponta Daniele Temis, professora de pole dance e idealizadora do I Festival Universitário de Pole Dance. (Foto: Divulgação)

A origem do pole dance está na Índia e nas atividades circenses dos Estados Unidos da década de 1920. No Brasil, essa prática se popularizou em 2008, ano em que a primeira escola especializada foi aberta em Curitiba. Desde então, cada vez mais pessoas buscam usufruir os benefícios desse tipo de dança.

Com poucas expectativas, a estudante de Educação Física, Daniele Temis, começou a praticar pole dance em 2012. Antes disso, ela acreditava que a prática se resumia a uma dança sensual, mas, foi na primeira aula que descobriu que o pole “é também uma atividade física completa que trabalha todo o corpo”. 

Do acaso veio uma paixão. Hoje, Daniele é formada como instrutora de pole dance pela Faculdade Inspirar, é sócia da Flying Studio Pole Dance e atua na área faz 6 anos. “Me apaixonei pelos desafios e pela diversão que o pole me proporciona. Cada aula é uma nova conquista e saímos dela com o sentimento de que somos capazes de fazer tudo o que quisermos com o nosso corpo”, conta.

A modalidade ajudou Natalia a se ver com outros olhos, aumentar a autoestima e cuidar de sua saúde. “O pole é desafiador e conseguir vencer cada pequeno desafio é lindo, traz confiança e liberdade”, conta. (Foto: Divulgação)

Aluna desde 2019, Natalia Vieira vê o pole dance como “o exercício perfeito para conciliar força, resistência e arte”. Existem diversas vertentes do pole como o pole exotic, pole sport, street pole, pole fitness, pole contemporâneo e o pole flow. Um dos mais populares é o pole fitness, sendo o que Natalia mais se identifica. “Nas aulas, o foco é mais acrobático, com movimentos estáticos que exigem técnica e força”, ressalta.

Benefícios

O pole dance é sinônimo de saúde e qualidade de vida, de modo que praticá-lo traz vantagens tanto no âmbito emocional quanto físico. De acordo com Verônica Mendonça, professora de pole dance há 8 anos, a modalidade é capaz de estimular o amor próprio, empoderamento e de dar um “up” na autoestima. “O sentimento de orgulho me preenche. Me sinto capaz, poderosa e sexy”, destaca Mendonça.

Em relação a parte física, a professora Daniele frisa que “o ganho de força muscular, consciência corporal, coordenação motora e flexibilidade são os principais benefícios”. Dessa forma, o equilíbrio entre saúde mental e física é desenvolvido. “Comecei a me amar mais, a olhar para mim e para o meu corpo com mais carinho, o que sem dúvida refletiu na minha autoestima”, relata.

Preconceito

O pole dance tem desenvolvido aos poucos o status de esporte. De acordo com o G1, existem pelo menos 20 federações de Pole Esporte no país e desde 2015 há um campeonato brasileiro que seleciona atletas para participar de competições mundiais. Mesmo assim, o pole ainda é uma prática sexualizada, mal interpretada e vista com preconceito pela sociedade.

“Você faz pole para quem?” e “dança pra mim”, são alguns dos comentários preconceituosos que Natalia ouve ao dizer que é aluna de pole dance. Mesmo sendo um esporte, o pole ainda é associado ao streap tease. “Eu faço pole para mim, para minha saúde, força e bem estar”, ela revida.

“Mesmo que em passos pequenos, cada aluna que eu ajudo a fortalecer, acreditar no seu potencial e se tornar mais dona de si, sinto em mim que eu deixei o mundo melhor”, ressalta Verônica. (Foto: Divulgação)

Verônica conta que para mudar esse cenário, é importante que a modalidade ganhe espaço na mídia e nas redes sociais. Dessa forma, o público aprenderia mais sobre os benefícios e as diversas vertentes do pole dance, ajudando a “quebrar o estigma e a mudar a percepção das pessoas”.

Em alta, o pole dance faz parte da rotina de cada vez mais pessoas, quebrando os estereótipos errôneos ligados a ele. O pole é esporte, saúde, autoestima e arte. “A barra de pole é um acessório que permite que os praticantes, de uma forma diferente do convencional, expressem suas emoções, ideias, percepções, histórias e sensualidade, provocando diferentes percepções e sentimentos no público”, conclui Daniele. 

I Festival Universitário de Pole Dance 

13, 14 e 15 de novembro de 2020.

https://www.instagram.com/festivalpole_ufu/

Evento com caráter artístico e científico criado com o objetivo de divulgar o Pole Dance e incentivar sua prática, bem como instigar o corpo docente e discente a produzir pesquisa na área. O projeto é contemplado pelo Programa Institucional de Apoio à Cultura (PIAC) da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEXC) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).