TRANSFERÊNCIA DE CURSO: INDÍCIOS DE QUE O CURSO INICIAL NÃO ESTÁ CERTO, AINDA É TARDE PARA MUDAR?

Por Communicare

Entenda as especificidades e os anseios da transferência de curso pela perspectiva de quem vivenciou este momento

   Por: Leíse Alves

A pressão imposta pelo compromisso de sair do ensino médio e entrar direto na faculdade, faz com que os jovens sintam-se pressionados a tomarem certas decisões. Toda aquela propaganda de conhecer as feiras de profissão, fazer testes vocacionais, analisar os prós e contras das opções de curso, infelizmente, não é suficiente para a escolha do curso que realmente tem haver com seus interesses.

Pesquisas realizadas pelo Censo da Educação Superior de 2019, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) comprovam que a evasão universitária tem crescido nos últimos anos. Sabe-se que são inúmeros fatores causadores, por exemplo, constante estresse, distância da família, alunos que encontram dificuldade em conciliar o emprego com os estudos e acabam entrando em situações de vulnerabilidade social, entre outros. Mas o enfoque principal aqui a ser levantado diz respeito sobre desistências da formação inicial por não se imaginar atuando na área, ou seja, a não identificação com a futura profissão.

Cabe ressaltar que isso não é o fim do mundo. A universidade é um espaço plural e permite inúmeras descobertas que viabilizam nosso amadurecimento, sendo assim, caso você identifique os sinais de que fazer essa mudança é necessário, não se prenda, isso é mais comum do que se imagina e postergar pode ser pior. Vamos entender a situação vivenciada por uma estudante do curso de enfermagem do quarto período que está prestes a fazer novamente o vestibular, desta vez, transferência interna para o curso de medicina.

Maria Fernanda conta que na época do cursinho junto com o terceiro ano do ensino médio, houve um estresse com os estudos e consequentemente o cansaço mental devido a pressão e isso contribuiu para que ela desanimasse de fazer a prova mais uma vez para tentar cursar a faculdade dos sonhos. Hoje, acredita que não deve-se deixar esses sonhos de lado, relata que não tem medo de se arrepender pelo fato de ser áreas afins e durante a pandemia viu como uma oportunidade de correr atrás de estudar e prestar novamente o vestibular. Apesar de estar em um ritmo diferente, pois ainda concilia o curso de origem, o apoio da família desde o início, garante uma certa confiança e tranquilidade no processo, mas com a chegada da prova sente-se cobrada novamente, mas prefere não comentar com os colegas porque é um período de aceitação e faz com que as pessoas a cobram e questionam se está dando certo ou não. 

Ainda ressalta sobre o que a deixa feliz e triste em relação a decisão de trocar de curso, a estudante diz que participou de muitos projetos, ligas acadêmicas e palestras que enriqueceram seu currículo enquanto aluna de enfermagem, entretanto, garante estar confiante e motivada a escrever um novo capítulo enquanto discente e admiradora da área da saúde.

Outra vertente deste assunto é sobre a transferência externa, vivenciada pela aluna Angélica Neiva do curso de Jornalismo na UFU, ela relata que está muito feliz de ter migrado para uma Universidade Federal, está satisfeita com o ambiente, os novos colegas de turma, e principalmente com os projetos propostos, as pesquisas desenvolvidas e o excelente quadro de professores.  Angélica destaca que além do processo da prova, que não é fácil, a extensividade da prova a deixava tensa, somado à questão de organizar documentos e cumprir os prazos estabelecidos no edital, caso contrário poderia ser passível de indeferimento ou perda da vaga. Ela aconselha a quem tem o desejo de mudar, deve-se “pensar com calma e se organizar nos estudos, mas não deixar que julgamentos desanimem o candidato, pois vai dar certo!”.

A transferência de curso, ou até mesmo entre faculdades, apareceu como uma solução para os alunos que contaram aqui suas experiências. Se esse é o seu caso, procure-se informar a respeito, inclusive, é possível validar certas disciplinas caso o curso seja de áreas afins do mesmo núcleo de conhecimento. A dica é ficar de olho nos prazos para dar entrada no pedido de transferência de acordo com os regimentos e política interna de cada Universidade, se atente aos principais critérios estabelecidos no edital, principalmente na quantidade de vagas disponíveis. Na UFU o edital do Processo Seletivo para preenchimento das vagas ociosas em 2021 por meio de transferência facultativa foi aberto e teve o encerramento das inscrições na primeira semana do mês de agosto, as provas irão acontecer no dia 05/09/2021. 

Saiba mais em: https://www.portalselecao.ufu.br/servicos/Edital/cronograma/1106 .

*Maria Fernanda é um nome fictício pois a fonte não quis ser identificada